E quando as portas se abriram…!

Primeiro, entreabrimos a porta entre a sala do 2.º e a do 4.º ano. Não, não, começámos logo com a porta toda aberta. Verdade, verdadinha, começámos devagarinho. Mas às vezes o mais importante é ter a abertura para dar o primeiro passo… porque, depois, são as portas que naturalmente se vão abrindo.

E foi precisamente o que aconteceu! Habituámo-nos a trabalhar de porta aberta e a ouvir aquilo que se passava na sala ao lado. Vizinhos por proximidade geográfica, a professora do 2.º ano e o professor do 4.º ano acabaram por aprofundar a vizinhança pedagógica, discutindo em conjunto os trabalhos e projetos que estavam a desenvolver com as suas turmas.

E sabem quem também é grande responsável por esta abertura da porta? A professora de apoio, que dá apoio pedagógico às duas turmas! Circulando entre uma e outra sala, foi a primeira a aproveitar a abertura da porta para circular entre as duas turmas, sempre presente onde era mais necessária, e partilhar com os colegas o que se estava a fazer em cada uma das turmas.

Só faltava que as crianças também circulassem entre as duas salas. A oportunidade não tardou em chegar e, a partir desta primeira experiência, as meninas e os meninos do 2.º e 4.º anos “derrubaram” as barreiras físicas das salas e, uma vez por semana, partilham o espaço e promovem uma série de atividades de interesse e benefício comuns. É possível, durante esse momento, observar uma diversidade de atividades, investigações, projetos, Quizz, ficheiros e muitas outras atividades que surgem, da curiosidade ou pertinência curricular.

Neste processo de coadjuvação entre alunos mais novos e mais velhos, todos saem a ganhar. Os professores que acompanham esta prática observaram que as aquisições vão além das competências de cooperação, empatia e sociabilização. A linguagem proximal na capitalização de estratégias mais complexas foi um dos proveitos que, objetivamente, verificaram. Por outro lado, o reconhecimento de que todos têm algo a ensinar, independentemente dos conteúdos a trabalhar, e de que todos ficam mais ricos com estas parcerias, foi uma evidência comum!

Temos ainda um longo caminho pela frente, na antecipação de parcerias, preparação de materiais e monitorização das atividades. Mas o caminho faz-se caminhando… e motivação não nos falta para progredir! Acreditamos que a abertura da porta, se bem que real, também representa uma metáfora para a nossa abertura ao novo e vontade de evoluir constantemente, em parceria com os colegas e estimulados pelas crianças.